Sempre achei legal descobrir o processo de feitura das coisas e por isso, acho legal dividir aqui um pouco do que foi a "fabricação" de um dos quadros da parte que desenhei do especial Os 5 Canecos.
As imagens abaixo são do primeiro quadro da história. Esse quadro ocupa, na divisão que estabelecemos pra narrativa, 3 "telas" (o tamanho que cada imagem apareceria, o que seria, na prática, 3 quadros). Por isso, no planejamento, fiz a divisão contando com isso. Em geral, faço um esboço rápido no lápis, mais para definir a composição geral do que pra definir as coisas todas. Esse primeiro desenho é bem rápido e bem solto. Depois de alguns desses, cheguei à imagem mais ou menos como eu queria, mesmo que ainda num estágio bem primário.
Desse primeiro esboço mais ou menos definido, eu vou pro desenho num tamanho maior, pra ganhar qualidade e espaço. O esboço cresce em tamanho e detalhe. O detalhe é um dado importante. Em geral, não faço com o lápis o que farei depois com o nanquim (fiz isso pouquíssimas vezes e o trabalho não compensa; o desenho fica duro demais), prefiro deixar a finalização e o detalhamento mais fino pra fazer direto com o pincel. Uso pincéis finos, tipo 0 308, 0 306, e com eles vou, arte-finalizando e desenhando mais ou menos ao mesmo tempo.
Ai vem a parte da cor. Essa pega. Em geral faço a cor a mão. Hoje existem milhares de programas que conseguem dar conta de milhares de efeitos. Você precisa escolher o que você quer com a cor antes de escolher como pintar. O material é uma extensão da sua idéia. No meu caso, sempre prefiro ir a mão e deixo os pequenos ajustes pra ferramentas digitais. Como era um "bang bang"italiano, escolhi fazer as cores com pastel seco. Esse material tem cores legais e elas todas tem um tom meio rebaixado, sem serem escuras demais. Achei que funcionaria. Os testes responderam bem, puxei o cão da pistola e mandei bala. Fiz as cores numa folha separada do desenho com ajuda da mesa de luz. Escolhi fazer no papel manteiga, que tem uma transparência leve, facilita, e é um pouco amarelado, ajuda a dar um climão velho oeste.
Outra coisa legal é que o giz deixa o gesto mais explícito, mais solto mesmo. Contrasta com o meu desenho que é mais contido, quase monolítico. Daí, é fotoxóp. Juntamos as coisas, equalizamos, balões, textos... e o resultado é o que dá pra ver clicando aqui!
na catraca
2 comentários:
o contínuo 8 sai ou não sai?
quanta expectativa
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