na catraca
10.07.2009
sobre smith - uma história inacabada
Há seis meses, quando a crise financeira vivia seu auge aqui no Brasil, o então editor de especiais do estadao.com.br Daniel Jelin (espero que esteja dando crédito à pessoa certa, caso contrário, mal aí Thiago Braga ou Daniel Lima, possíveis autores da ideia) achava que a história da crise poderia ser contada no formato quadrinhos. Como o Pedro Bottino e eu, Carlos T. Lemos, trabalhamos lá, ficamos incumbidos de tentar dar vida à história.
Eu fiquei com os roteiros, cor e programação em Flash (com a ajuda sempre preciosa da Carol Rozendo) e o Bottino com os desenhos. Todo o roteiro foi criado em cima do texto do Jelin, que havia decido o que contar dessa saga da economia real. Mas me deu liberdade para mexer no que eu achasse necessário.
Fiz então um projeto alla Scott McCloud (referência do Jelin). Mesmo que eu não ache bom nem um décimo do que as pessoas acham dele, em alguma coisa ele acerta, e ao menos quando se fala formalmente de quadrinhos na rede, ele está anos luz à frente da média. O sentido de leitura seria aberto ao interesse do leitor, e qualquer ordem em que se lesse sem repetir os quadros faria sentido (aliás, pergunta culturete mala: porque usar "quadrinhos" e não "quadros", uma vez que o conceito da palavra quadro não estipula tamanho, e o diminutivo faz com que semanticamente o conceito "quadrinho" remeta a uma arte menor?).
Mas o diabo mora ao lado, e se tem um culpado dessa ser uma obra inacabada, talvez seja eu. Me empolguei, criei personagem e fiz juízo de valores. Acabou perdendo o registro jornalístico, e apesar do Thiago Braga (o responsável pela arte do portal) e o Jelin gostarem do projeto, ficou a dúvida se aquilo deveria ser publicado. Ficou pra se discutir mais tarde.
E de repente ficou tarde demais.
A crise estava passando, o assunto esfriou, enfim. A publicação perdeu o sentido. Pedi a autorização pra publicar o material aqui na catraca. Eles aceitaram. Como faltavam algumas páginas do roteiro e a finalização de parte das páginas, ficamos eu e o Bottino de dar um jeito pra sair por aqui. Mas, sei lá. Acho que o registro inacabado tem mais sentido do que finalizado. A piada final não está lá muito de acordo com o que acredito de como o governo lidou com a crise, e passado um tempo, fica mais discrepante ainda a posição tomada, porque o Brasil foi o último país a entrar na crise e o primeiro ao sair.
O lápis azul, a cor mantida na base, onde a base foi feita, é pra mim hoje muito mais interessante. Então vale mostrar aqui o que foi feito. E agradecer a oportunidade que eles (Thiago, Jelin, Lima e Carol) deram pra trabalharmos por uma semana nisso. (Sim, isso aqui é trabalho de uma semana, corremos pra caralho).A imagem abaixo mostra a distribuição virtual das páginas. A janela só permitiria mostrar uma página por vez, e a navegação faria uma máscara no resto
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