Ritmo, andamento, pausas, intensidades, registros. Características do universo da música que encontram eco imediato na linguagem dos quadrinhos. Os timbres e as linhas, as harmonias e as manchas, intersecções sutis entre as duas linguagens que despertam nosso interesse como quadrinistas. Essa relação com a música continua presente no projeto “Assassinato em três movimentos para quarteto de cordas”.
A história a ser contada é centrada no assassinato da violinista de um quarteto de cordas durante uma importante apresentação do grupo (do quarteto de cordas nº 8 de Dmitri Shostakovich, o Opus 110 da obra deste espantoso compositor, que supõe-se sobre os horrores das ditaduras nazista e stalinista) procurando levar o leitor a se deparar com três diferentes pontos de vista do crime. Um violino, uma viola e um cello. Um andante, um grave e um allegro ma non troppo. Três movimentos na tentativa de elucidar um crime e compreender, mesmo que apenas por um instante, as motivações e insanidades humanas.
O Contínuo já estabeleceu contato com os músicos integrantes do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo (corpo estável do Teatro Municipal de São Paulo), considerado um dos mais notáveis grupos de câmara da América Latina, e pretende, junto a eles, realizar sessões de desenho de observação, fotografia e acompanhamento da agenda do grupo e de seus ensaios. O Contínuo agradece aos membros do quarteto, em especial a Betina Stegmann, pelo apoio à proposta; e à fotógrafa Michele Mifano, pela cessão de algumas fotos não publicadas de apresentações do grupo em 2006, que nos serviram de referência e ilustram esta postagem. Abaixo, vocês podem conferir um esboço da ilustração da postagem anterior, um dos primeiros resultados do que se espera do desenho nesse projeto.
Um grande abraço,
Olavo Costa
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