A edição de número 7 é O Contínuo mais diferente que já produzimos, tanto em termos de história como em estrutura narrativa.
As mudanças começaram na forma de trabalhar: os três roteiristas, eu, Carlos e Pedro, optamos por buscar maior coesão entre nossas histórias e criar uma experiência nova de leitura da revista, por isso trabalhamos juntos em todo o desenvolvimento dos roteiros, do texto até a paginação da revista, calculando viradas de páginas e ritmos de quadros.
Pensamos nesses detalhes de construção em todas as edições anteriores, mas sempre foi um esforço individual de cada roteirista, isso criava um ritmo de leitura menos fluido, o que, de forma alguma, é ou foi um problema para nós. Sempre foi uma escolha e não obra do acaso. Uma das vantagens de se trabalhar assim é o controle de cada roteirista sobre sua história e a sensação de espanto e novidade do leitor na hora de passar de uma história para outra; cada roteirista tem sua "voz", suas preferências, isso torna tudo mais inusitado em uma edição, isso sem falar nas evidentes diferenças entre os desenhistas.
Acredito que muito das mudanças que estão acontecendo n'O Contínuo #7 vêm da forma com que trabalhamos na edição especial Câncer, em que fugimos radicalmente dos critérios d'O Contínuo. Não faz sentido algum ficar apegado a fórmulas quando se encara cada publicação como uma experiência, como pesquisa sobre quadrinhos, na verdade, não tem graça alguma ficar se repetindo. Cada uma das edições anteriores sempre apresenta uma novidade em relação às suas predecessoras, mas nenhuma igual a esta.
Como disse o Carlos uma vez, "quando vocês se acostumarem com as coisas, a gente vem e muda tudo".
Sim, falei muito de processo e não disse nada sobre o que diabos é edição nº 7! Só digo por hora que temos uma personagem principal, ela se chama Marina e está contra todos, ou todos estão contra ela. Vocês vão ver!
abraços,
Dalton
Um comentário:
Comprei todos O Continuo que encontrei na HQ Mix. Impressionante a qualidade do material de vocês, parabéns!
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